Nossas Crenças

Sobre nossas crenças

Embora o consenso de que nas sociedades contemporâneas a leitura seja imprescindível para a formação humana plena, para o desenvolvimento de competências intelectuais e profissionais, para o exercício da cidadania e, para o desenvolvimento social e humano de nossa sociedade, no Brasil as pesquisas e as avaliações educacionais apontam para a precária formação de um público leitor e revelam as imensas dificuldades para o sucesso das ações envolvidas na solução do problema.

A leitura – um bem essencial

O domínio da leitura no mundo contemporâneo é essencial para o exercício da cidadania, para viver com autonomia, com plena consciência de si próprio e dos outros, para poder tomar decisões face à complexidade do mundo atual. Determinante no desenvolvimento cognitivo, na formação cultural, no acesso à informação e ao conhecimento, na expressão e no juízo crítico, entre outros domínios, é uma competência básica que todos os indivíduos devem adquirir para poderem realizar-se como pessoa, como cidadão e como profissional na sociedade contemporânea. Organizações internacionais, como a UNESCO, consideram-na um alicerce da sociedade do conhecimento, indispensável ao desenvolvimento sustentado, e têm formulado recomendações, dirigidas aos governos, para que a sua promoção seja assumida como prioridade política.

Situação do Brasil

Os resultados globais desses estudos nacionais e internacionais, realizados nas últimas duas décadas, demonstram que a situação do Brasil é grave, revelando baixos níveis de letramento e habilidade leitoras, significativamente inferiores à média de outros países em desenvolvimento, inclusive da América Latina e Ásia, tanto na população adulta, como entre crianças e jovens em idade escolar. Uma das principais causas do elevado índice de alfabetismo funcional e das dificuldades generalizadas para a compreensão da informação escrita, segundo especialistas, se localiza na crônica falta de contato com a leitura, sobretudo entre as populações mais pobres.

Segundo a pesquisa Retrato da Leitura no Brasil – pesquisa realizada pelo Instituto Pró Livro e aplicada pelo Ibope Inteligência, já em sua 3ª edição (2012) – o brasileiro lê em média quatro livros por ano, sendo 2.0 livros lidos por exigência da escola, incluindo os didáticos. Revela também que 88.2 milhões de brasileiros (50% da população), não são leitores (não leu nenhum livro em um período de três meses) Entre os leitores, a media de livros lidos foi de 1.85. São números preocupantes. Esses estudos confirmam que a exclusão social se agrava com a exclusão cultural, deixando à margem do efetivo letramento cerca de três quartos da população brasileira. As consequências desse hiato não afetam somente os indicadores da educação no Brasil, mas, infelizmente, explicam o grave quadro social e macroeconômico do país e seu potencial de desenvolvimento.

A situação é, sem dúvida, preocupante. Apesar de Projetos já lançados na última década e de ações isoladas, verifica-se que os resultados são insuficientes e que, para inverter a situação, se torna urgente compreender as razões mais profundas do problema e lançar medidas adequadas e sistemáticas. Faz-se urgente que, toda a sociedade se envolva e se articule nessa mobilização e em especial ofereça condições para que as escola e as bibliotecas sejam preparadas para intervir na promoção da leitura, desenvolvendo atividades destinadas a cultivar o interesse pelo livro e o prazer de ler.

Todos os esforços devem ser orientados para a superação do hiato cultural e o caminho que vislumbramos é o de contribuir para melhorar a competência leitora dos brasileiros por meio do estimulo à leitura, a produção de textos e do acesso aos livros. Faz-se necessário que se resgate o valor do livro e da leitura no imaginário popular.

O objetivo principal é, portanto, o de propiciar o acesso à leitura e ao livro a toda a sociedade, com base no consenso de que competência leitora é recurso indispensáveis na sociedade contemporânea para o desenvolvimento pessoal e a inclusão social. Somente dominando essa habilidade será possível exercer de forma integral sua cidadania, sua criatividade e conhecer os valores e modos de pensar de outras pessoas e culturas e ter acesso ao conhecimento, à herança cultural da humanidade, e conseguir uma posição digna no mercado de trabalho, na sociedade da informação e do conhecimento. É condição para melhorar os indicadores da educação e de desenvolvimento humano do país.