Entrevista: Dolores Prades, da comissão julgadora do Prêmio IPL

Entre uma discussão e outra sobre o Retratos da Leitura, realizadas no Instituto Pró-Livro, Dolores Prades falou sobre as novidades do Instituto Emília e sobre importância do Prêmio IPL para organizações não governamentais. Homenageada do Prêmio no ano passado e jurada desta edição, Dolores é publisher da revista Emília, doutora em história econômica pela USP e especialista em literatura infantil e juvenil pela Universidade Autônoma de Barcelona. Ocupa também o cargo de diretora do Instituto Emília e do Laboratório Emília de Formação. Veja o que ela disse Plataforma – Premiar ONGs, além de dar visibilidade aos trabalhos, ajuda a trazer novos parceiros e patrocinadores a elas? Dolores – Para as ONGs, como o Instituto Emília, o Prêmio contribui com a construção de redes, que são fundamentais não só em termos de apoios como também de intercâmbios. Eu acho que premiar projetos também representa o fortalecimento de todos os trabalhos individuais, pois ao estabelecermos redes de contatos com essas pessoas, tornamos possíveis apoios mútuos. Pro nosso projeto foi super importante ter nosso trabalho reconhecido. Ganhar um prêmio é ganhar autoridade e legitimidade. Plataforma – No ano passado, o Prêmio não contou com inscrições voluntárias e sim com indicações. O que isso muda para a comissão julgadora e de que forma as inscrições voluntárias fortalecem a premiação? Dolores – Uma das questões fundamentais é a ampliação do número de candidatos, na medida em que o Prêmio teve uma divulgação ampla, formou um júri que discutiu cuidadosamente todos os critérios divulgados, o regulamento etc. Assim, ao se tornar público, o Prêmio deu a oportunidade de inscrição a todos que quisessem se candidatar. Pros jurados, isso representa uma responsabilidade enorme e gera uma expectativa grande para conhecer mais sobre os inscritos. Plataforma – A revista Emília, homenageada no Prêmio IPL, acabou de completar seis anos. Como é para os organizadores comemorar mais um ano de um projeto tão frutífero? Dolores – Durante esses seis anos, mantivemos nossa independência, ampliamos nossas redes, estreitamos parcerias e procuramos trazer novidades de modo a enriquecer e aprofundar as referências teóricas e praticas dos leitores. Ampliamos o Projeto Emília, hoje diversificado em várias frentes. Uma história repleta de iniciativas voltadas à reflexão crítica de qualidade sobre leitura, leitores e livros. Isso só foi possível pela confiança, tenacidade e compromisso de nossa fiel equipe de colaboradores, de nossa rede internacional – que nos apoia e divulga desde o início -, e de todos os leitores que dão sentido e a este projeto. Plataforma – E quais são os planos daqui pra frente? Dolores – Acabamos de lançar o Caderno Emília Nº 0 (clique aqui para acessá-lo) . A nova publicação tem como objetivo aprofundar o debate crítico sobre temas chaves em torno da formação de leitores, da promoção do livro e da leitura. É uma iniciativa para proporcionar leitura mais aprofundada das questões sobre as quais a revista já vem tratando em sua trajetória.