Literatura no cárcere: vencedor da categoria cadeia produtiva

Projeto desenvolvido pela Giostri Editora com presos de Joinville possibilita o resgate da dignidade de 1.500 apenados e já resultou na publicação de dois livros de contos, um de teatro e um com oito relatos biográficos dos detentos Há mais de quatro anos, a penitenciária de Joinville se tornou um espaço de valorização da literatura. Na época foi instaurado no presídio um projeto de remissão de pena pela leitura, pelo juiz corregedor do Sistema Prisional de Joinville, João Marcos Buch. A abertura do caminho para o acesso a livros possibilitou, dois anos depois, a implantação de oficinas literárias ministradas por Alexandre Giostri, editor da Giostri Editora. Do feliz encontro já nasceram quatro publicações: dois livros de contos, um de teatro e um com oito relatos biográficos. Tamanho feito fez do projeto Literatura no cárcere um dos vencedores da segunda edição do Prêmio IPL Retratos da Leitura. A partir do projeto de remissão de pena, os detentos começaram a ler, por conta da possibilidade de remissão da pena, que funciona assim: os presos participantes escolhem um livro para ler, fazem uma resenha a cada leitura realizada, que é submetida à avaliação para pedido de remissão . A cada livro que o preso lê, ele pode reduzir 4 dias de sua pena. Por ano, são permitidos 48 dias de remissão. “É certo que quem lê escreve e quem escreve, lê, por isso, pedi para ter acesso aos textos produzidos pelos detentos. A partir daí, nasceu a vontade de conhecer de que maneira eu poderia implantar uma oficina literária lá dentro”, conta Giostri. “Mas isso só foi possível porque eles já tinham acesso aos livros, por conta da biblioteca montada na unidade”. Entre tantos resultados imensuráveis, o projeto também apresenta por meio de números sua concretude: Em dois anos, foram publicados pela Giostri dois livros de contos, um de teatro e um com oito relatos biográficos feitos pelos autores apenados. “Quando vemos pessoas que estão presas lendo, escrevendo, produzindo contos e esquetes teatrais elas percebemos que estão ali seres humanos, que têm alegrias e tristezas e que um dia retornarão para nosso convívio. E que bom que elas retornarão com a literatura abrindo caminho, sendo a chave para o mundo”, ressalta Buch. Para saber mais sobre o projeto, curta a pagina da Giostri Editora no Facebook.