Retratos das Leituras na Criação Literária

Zoara Failla, do IPL, participa de debate sobre a importância da leitura na vida de crianças e adolescentes por meio dos dados das pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Pró-Livro A Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro recebeu na manhã do dia 30 de agosto o debate Retratos das Leituras na Criação Literária, que reuniu a escritora Ana Paula Lisboa e o dramaturgo Walcyr Carrasco, com mediação da jornalista Bianca Ramoneda. A conversa abordou o triste diagnóstico levantado pela última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil.  Zoara Failla, coordenadora da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro a cada quatro anos, abriu a conversa com alguns da última edição, realizada em 2015. A ação indicou, entre outros pontos, que somente 22% dos leitores – o que corresponde a 12% dos brasileiros – consomem romances ou contos. Por outro lado, a mediadora Bianca Ramoneda, que também apresentou o Prêmio IPL nos últimos anos, chamou atenção para a existência de iniciativas de incentivo à leitura exitosas e transformadoras para o público atendido por elas. “Todos os anos, no Prêmio IPL, vejo inúmeros projetos que fazem a diferença – círculos de leitura na Amazônia, clubes de leituras em presídios e tantos outros”, diz. Durante a conversa, Zoara, do IPL, também falou de alguns dados do mais novo levantamento feito pelo Instituto: a Retratos da Leitura em Bibliotecas Escolares, que avalia o impacto das bibliotecas nas instituições públicas de ensino, medido pelo desempenho dos alunos na Prova Brasil. “A biblioteca é vista pelo brasileiro como um local para estudar. 48% dos adolescentes têm acesso ao livro somente pela biblioteca escola, 61% das escolas brasileiras não possuem biblioteca. Se você olhar para a zona rural, 80% das escolas não têm biblioteca. Então a gente enfrenta uma questão muito importante que é o acesso ao livro, que é muito grave neste país”, comenta Zoara. A conversa ainda seguiu com depoimentos de Walcyr sobre como a Emília de Lobato o transformou em um compulsivo leitor. Em sua fala, a autora Ana Paula relatou como as leituras vazias da de significados sobre a realidade vivida por ela a levaram a escrever. “Não dá para contar tudo o que aprendemos , mas ao refletir sobre essas a trajetórias Retratos da Leitura lembrando que somente 12% dos brasileiros são leitores de literatura, ficou uma pergunta: como possibilitar que outras crianças brasileiras, cujas famílias não são leitoras e não têm acesso aos livros pois não têm bibliotecas nas escolas, possam se encantar com um livro que vai despertar seu gosto pela leitura e, até, pela escrita?”, conclui Zoara.