Entrevista com Zoara Failla

Coordenadora da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil conta detalhes sobre a obra que reúne artigos analíticos sobre os dados da 5ª edição do maior levantamento do comportamento do leitor brasileiro 

A tônica do livro “Retratos da Leitura no Brasil 5” é reunir todos os dados, de forma analítica, referentes à última edição da pesquisa nacional sobre o perfil do leitor brasileiro. Que critérios você levou em conta para organizar todo esse vasto material estatístico e qualitativo?

É uma obra construída em parceria, desde a aplicação da pesquisa. Contamos com o Ibope Inteligência para a aplicação da pesquisa em campo e para a preparação dos dados, construindo analises estatísticas. A metodologia é a mesma desde 2007, e foi adaptada a partir de conceitos e critérios definidos pelo CERLALC.

Para o livro, convidamos especialistas da área, que desenvolvem estudos sobre os principais temas abordados pela pesquisa, para analisarem os resultados da pesquisa, acessando os relatórios estatísticos, a partir das suas pesquisas e experiências que desenvolvem em universidades ou em organizações que organizam atividades , em especial, voltadas à formação de leitores e a promoção da leitura e do acesso ao livro 

Em sua visão, quais urgências pulsam com maior vigor nesse panorama – não apenas no que concerne aos dados da pesquisa, mas às reflexões trabalhadas pelos especialistas que escrevem na obra?

Uma avaliação recorrente nas análises dos especialistas é a necessidade urgente de contar com professores leitores e mediadores de leitura. A formação do professor leitor; a universalização das  bibliotecas escolares com configuração e atividades integradas e orientadas pelo currículo e projeto da escola; o envolvimento da comunidade escolar nas atividades de promoção da leitura .

É unânime a defesa da necessidade de políticas públicas que garantam essas ações e sua sustentabilidade.

Para você, qual a relevância desses textos, principalmente a partir desse vínculo deles com as informações da pesquisa?

Os textos trazem análises a partir das diferentes inserções desses autores no ecossistema do livro  e das pesquisas e formação na área da educação e leitura. Constroem um panorama sobre a realidade leitora no Brasil e sobre os desafios para mudar esse “retrato”. Tomara cheguem aonde deveriam chegar e sejam lidos pelos  formuladores e executores de políticas públicas; gestores na área da educação e da formação de leitores.  

Na introdução da obra são listadas uma série de questões referentes ao levantamento nacional, todas elas comentadas por você – a exemplo de “Como explicar números que nos frustram”, “Temos um novo leitor ou um leitor em mutação?”, entre outros. Quais os desafios em considerar a complexidade de cada um desses pontos, de modo a fazer com que os assuntos ligados a eles apareçam de modo fácil e dinâmico no livro? 

Na introdução procurei trazer um pouco das reflexões dos autores convidados. Minha intenção era convidar à leitura dos artigos que aprofundam cada uma dessas questões. 

O livro está disponível tanto na versão impressa quanto digital. Para você, o que o contato do público com o material, independentemente do formato dele, pode suscitar?

Tomara seja lido e debatido. Não pretendemos esgotar esses temas, mas provocar outros estudos, trazer duvidas  e aprofundar esse debate. A ampla divulgação tem esse objetivo.