BIBLIOTECAS– UMA HISTÓRIA QUE SE CONSTRÓI SUPERANDO OS DESAFIOS DE CADA TEMPO

Devemos a esses templos chamados BIBLIOTECAS a preservação e a possibilidade de acesso a todo o conhecimento produzido pela humanidade. Durante séculos as bibliotecas foram as guardiãs da história humana e dos pensamentos escritos.  Desde Alexandria esses espaços já assumiram um outro papel fundamental, além de organizar as obras, ter um “tutor”, hoje nossos bibliotecários, para a indicação de leituras aos príncipes reais.

“Nas últimas décadas, com a sociedade da informação e a tecnologia digital, novos desafios foram impostos. Houve profundas transformações na gestão e no acesso às informações e acervos, obrigando bibliotecários a buscarem novos conhecimentos e habilidades para a gestão desses acervos, das informações e dos serviços prestados pela biblioteca. Mas, não foram somente esses os desafios para os bibliotecários: a tecnologia digital trouxe, também, os livros e os leitores digitais. Se por um lado, viabilizou as redes ampliando o acesso e integrando acervos, por outro, reduziu a frequência aos equipamentos físicos, limitando o contato entre leitores e bibliotecários.

Se retomarmos o papel de “tutor” do bibliotecário de Alexandria, verificamos que, estamos frente a um novo desafio: como ser um “tutor” –  aquele que auxilia na pesquisa e na escolha do livro – à distância, tendo a ferramenta digital como meio e suporte? ” 

O bibliotecário deve dominar outras habilidades e competências para assumir esse papel? 

Alguns entendem que não. Devem acolher os leitores no espaço físico da biblioteca. Mas, sem dúvida, não podemos ignorar as transformações que as novas tecnologias estão impondo em todas as áreas do conhecimento e do acesso à informação e comunicação. A biblioteca não pode deixar de ser um pólo dinamizador da cultura, do acesso ao conhecimento, à informação e a literatura, mesmo que para isso, deva usar as novas tecnologias de comunicação e informação para “chegar” até seu usuário e leitor.” (Zoara Failla) 

Mas a pouca frequência a esses equipamentos revelada pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (somente 17% população com mais de 5 anos, frequenta sempre ou às vezes as bibliotecas)  e o fato de cerca de 70% dos brasileiros perceberem a biblioteca como um local para estudantes ou para estudar, é outro importante desafio que se impõem e que devem orientar políticas públicas , em especial, para promover um novo modelo de equipamento, aberto em horários que possibilitem a frequência daqueles que trabalham e oferecendo atendimento com bibliotecários e mediação para a leitura, promovendo o compartilhamento das experiências de leitura e atividades culturais (de forma presencial ou a distância), em sintonia com livros e literatura e  que possam interessar  a toda a comunidade.

Enfim, neste mês em que comemoramos o livro e a biblioteca , além da homenagem pela inquestionável contribuição para a humanidade, enquanto guardiã de todo o conhecimento que produzimos durante séculos, devemos destacar a importância das bibliotecas na democratização do acesso ao livro e a leitura para a grande maioria dos estudantes de escolas públicas no Brasil. Mas, devemos homenagear, também, aqueles que conseguem superar todas as limitações físicas desses equipamentos e os novos desafios trazendo inovações em gestão e acesso às informações, mas, também, promovendo ações exitosas na conquista de leitores, revolucionando e transgredindo para transformar as bibliotecas em espaços de criação e transformação, sem perder sua essência na promoção da leitura, da pesquisa e de leitores.

(*Essa data surgiu em referência à Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, instituída por decreto em 09 de abril de 1980. No dia 12 de março, foi comemorado o dia do Bibliotecário).
Baixe o pdf da pesquisa 5ª. Edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil no site do IPL: (www.prolivro.org.br)